quinta-feira, dezembro 01, 2005

Uma capital nas colónias?

Somos um País (?!) sui generis...
Pequeno, mas com ambições milenares.
O nosso Fundador, D. Afonso Henriques, filho da Galega Dna. Teresa, não tendo possibilidades imediatas para estender a sua fúria conquistadora para Norte ou para leste, lançou os seus soldados (dizem que poucos) à conquista da Mouraria.
O gosto pegou e, provavelmente por causa do clima mais ameno, menos húmido e mais quente, a nossa nobreza emergente mudou a capital para as colónias conquistadas aos Mouros.
Fruto de uma saudável tendência familiar para a mistura dos sangues, criou-se uma espécie de país, à procura de uma identidade na pequena manta de retalhos que é o rectângulo a que chamamos Portugal.
Mas em cada uma das "rosetas" desta colcha com que nos cobrimos, existe um sentimento muito próprio.
Há formas de sentir condimentadas com as ervas do alentejo, como há outras, muitas outras, de condimentos bem diferentes.
A Norte, os nossos gostos procuram os sabores das terras da Galiza, procuram a alma comum destes povos divididos.
Hoje, 1º de Dezembro, dia da restauração, do fim do domínio castelhano sobre a terra de Portugal, importa voltar a procurar a nossa determinação regional e reafirmar o nosso sentir e falar próprio.
Porque Portugal não é a minha Pátria... a minha Pátria é maior que este bocado de terra, está espalhada pelo mundo e gosto de a sentir a partir da minha forma de a olhar, com este olhar do Norte.

3 comentários:

JL disse...

Dizer isto, logo hoje que é dia da restauração da independência. Talvez se fosse só o dia da restauração (os restaurantes também já mereciam um dia, especialmente aqueles que se esforçam em preservar a nossa gastronomia)nós tivessemos um pouco mais de alegria estampada no rosto. Não sei se culpe o Afonso Henriques (que não tinha nada que bater na mãe) ou se culpe os Filipes, especilamente o último, que não foi bom guardador. A verdade é que, depois deste dia há mais de 300 anos eles não voltaram à carga. Pelo menos pela via da espada. Hoje são mais requintados: exibem-nos notas de 500€ e nós, que não vemos desta espécie e deste espécimen por estas paragens, lá temos que nos ir rendendo às evidências.
Agora essa história do Porto ser da Região Galaico Duriense é um assunto para outras núpcias, lá isso é. E, já sabes, continuo a gostar mais de Lisboa do que do Porto. :-)

JL disse...

Alegria no rosto e... dinheiro nos bolsos!!!

Eduardo Leal disse...

Meu Amigo,
Não tenho a certeza que gostes mais de Lisboa que do Porto... nem é muito importante desde que te sintas amado pela tua Mangualde.
A propósito, hoje não resistirei a ir ao teu observatório dissertar sobre o excelente acolhimento que tive e tenho sempre que passo (e aterro) numa certa casa da Abrunhosa do Mato.