quinta-feira, dezembro 15, 2005

Portugaia/Portogaia










Ancestralmente separadas por um acidente geográfico, o rio , historicamente unidas pelo destino comum em torno do Douro, Porto e Gaia são sem dúvida feitas de idêntico e complementar tecido. Ambas tiraram partido do que o rio lhes permitia, com o correr dos tempos tornaram-se as duas nos entrepostos comerciais para os produtos oriundos de toda a área de Ribadouro, que seguiam por mar para os principais centros portuários europeus, nomeadamente da Grã-Bretanha e da Flandres, partilhando também as últimas tarefas que aprontavam o Vinho Fino, antes que este fosse degustado pelos palátos abastados de todo o mundo, sob o britânico nome de Port wine.
Foram-se os tempos das fainas fluviais, mas ainda assim souberam as duas margens aproveitar esta era de lazer e de turismo, também aí com a predestinada complementaridade. O mesmo turista que visita a Sé estará de seguida a olhar o rio e a magnífica paisagem tripeira , do alto da escarpa do Mosteiro da serra do Pilar. Depois claro , uma alegre visita às caves de Gaia onde mora o precioso néctar. Finalmente, para conhecer melhor a História do vinho que acabou de provar e comprar, volta ao lado de cá e percorre o museu do Vinho do Porto, ali em Monchique, entre a alfândega e Massarelos. Também as Ribeiras de ambas margens são hoje exemplo de espaço conjunto de convívio, onde milhares de habitantes e turistas se cruzam para beber um copo disfrutando das tardes de sol ou de um fim de dia envolto em neblinas densas de mistério e romance. Na mágica noitada de São João é aqui que hoje tem lugar o auje da festa, comungando as duas margens da benção do mesmo santo e das mesmas loucuras.
Actualmente, na sequência da pequena grande revolução que constituiu a entrada em funcionamento da primeira fase da rede de metro de Região Metropolitana do Porto, creio que já todos nos apercebemos de como é pequena esta nossa cidade. Por outro lado a facilidade com que hoje percorremos de metro ambos os centros urbanos traz-me à memória recordações de como era difícil há cinco décadas alcançar a outra margem. Se não vejamos, nesses tempos era com o credo na boca que o passageiro do caminho de ferro testemunhava a travessia do Douro, com a ponte Dona Maria cheia de tremuras perante a investida da composição a uns cinco Km/hora. Suprema angústia, com rezas à mistura, acto reservado a meia dúzia de bravos...os outros iam de eléctrico ou por outro qualquer meio apanhar o combóio às Devesas, em Gaia. Na ponte D. Luís era o caos onde carros eléctricos, camionetas de carga e de passageiros, automóveis e motorizadas disputavam, nos dois tabuleiros, a supremacia em relação a peões, carrejões de carga à cabeça, bicicletas e carroças de tracção animal, enfim, um formigueiro e uma fumarada. Era tão difícil esta travessia que o então provinciano FCP cada vez que tinha que a efctuar por obediência ao calendário desportivo, era certo e sabido que na volta trazia uma derrota!!!...quando muito um empatezinho .
Como os tempos são outros hoje, agora são seis as pontes que nos unem (não contando com a Dª. Maria, ainda - até quando? - desactivada) e se o governo central der autorização, em breve o metro precisará de outra para atravessar o rio na zona da Arrábida, numa ligação mais do que necessária, urgente. Não me refiro aqui ao TGB, dado estar ainda tão fulo com o governo central, que prefiro ir a esse assunto mais tarde... Não é de espantar portanto, que dentro de vinte ou vinte e cinco anos tenhamos que contar mais de uma dúzia de pontes a ligar as margens Norte e Sul da cidade de Portogaia ou de Portugaia, sem dúvida a maior urbe do Noroeste peninsular , ou Portogalícia, como preferirem.
A ideia não é nova, mas é inovadora e.... o Futuro está aí já.

6 comentários:

JL disse...

Gostei do artigo, Zé!

Duas coisas me assaltaram a memória ao lê-lo: a música do Rui Veloso: Quem vem e atravessa o rio junto à Serra do Pilar, que apesar de ser dedicada ao Porto fala deste visto de Gaia!

A segunda: uma frase feita que já ouço há muito - mais vale uma rua do Porto, qu'a Gaia toda :-)

Um abraço

Eduardo Leal disse...

O problema desta grande futura cidade, é que a surgir num futuro próximo implicará menos um presidente de Câmara Municipal (e não é fácil ceder uma posição dessas), menos uma Assembleia Municipal (é só contar os lugares a menos) e, perigo dos perigos, o nascimento de uma cidade com dimensão qb para se tornar perigosa para o poder central...

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

O de portogalicia nao entendo ???? O de portogaia faz muita lógica desde faz muito tempo. A cidade é a mesma e nao deveriam devidi-la em duas. Nao falamos de uma cidade de arredores como acontece em outras metrópoles. Falamos de GAia uma cidade que tem o centro unido com o Centro do Porto. Em menos de 30 segundos a pé podemos passar do centro de gaia ao centro do porto.

É de extrema incompentecia de organizaçao territorial que estas cidades ainda nao se tenham unido quando outras cidades semelhantes na europa o fizeram nos SECULOS XVIII e XIX.