quarta-feira, março 08, 2006

Como gosto de lixo - parte III

E depois dos 3 R's - Reduzir ; Reutilizar e Reciclar - ficamos com toda a montanha de lixo ao qual não sabemos que fazer...
O tal que não conseguimos, à partida, transformar em nada de positivo.
Aqui falta um R, talvez o de Resolver!
Todos os que têm lareiras, salamandras e outro tipo de queimadores já passaram por situações que, de alguma forma, podem simular a solução.
Quando temos excesso de papel e pouca lenha, podemos usá-lo como fonte de energia numa salamandra.
Não é a forma ideal de utilizar este tipo de lixo. É pouco digna para este nosso Amigo, porque facilmente o poderíamos transformar em papel reciclado.
Podemos queimar plásticos e outros materiais combustíveis nas lareiras e salamandras, mas, regra geral os cheiros produzidos são altamente desencorajadores. E, mais uma vez, podemos dar outras utilidades mais nobres a estes materiais...
Agora imaginemos que possuíamos nas nossas casas uma fornalha capaz de produzir calor a partir de todo o lixo para o qual não tivessemos solução.
Imaginemos ainda que essa fornalha tinha os filtros necessários para suprimir os odores desagradáveis e reter os gases perigosos.
A essa fornalha chamaríamos co-incineradora.
Ou seja, uma incineradora que, para além dessa função, destruir pelo calor, teria uma outra função principal: produzir calor.
Ao queimarmos este lixo, estaríamos ainda a poupar os nossos recursos energéticos.
Como é mais do que evidente, uma co-incineradora doméstica é uma ideia bizarra e uma ideia altamente dispendiosa. Não porque não fosse possível produzir a estação de queima e produtora de calor, mas porque os filtros a implementar se tornariam incomportáveis em termos de custo.
Por isso, esta solução final para os nossos amados lixos deve ser vista numa perspectiva social e aproveitando grandes unidades consumidoras de energia.
Toda a gente sabe que as cimenteiras têm grandes fornos produtores de energia, para que seja possível a produção de cimentos e cal.
Sabemos também que as cimenteiras têm sido altamente responsáveis por crimes ecológicos de grande dimensão. São disso exemplo vivo, Souselas, Maceira e Outão.
É lamentável a impunidade com que os nossos "grandes" industriais desta área se têm movimentado em relação às emissões de produtos altamente poluentes para os rios e o ar.
A proposta do antigo ministro do ambiente José Sócrates para estabelecer a co-incineração nas fábricas de cimento visava resolver dois problemas fundamentais:
Por um lado obrigar as cimenteiras a resolverem de forma eficaz a questão das emissões poluentes, por outro, transformar lixo imprestável e não reutilizável em algo de útil: energia.
Pegou-se nesta questão por muitos lados possíveis. A começar pelo lado político, apenas porque alarmar populações costuma dar votos ou protagonismo.
Os movimentos ecologistas hipervalorizaram os lados menos positivos da questão (desde logo a existência de cimenteiras) e esqueceram (quero acreditar que por demasiada focalização no problema) todas as vantagens das soluções estudadas.
A comissão que fez os estudos sobre esta matéria foi presidida por um Homem que eu conheço muito bem, com o qual tive oportunidade de debater muitas vezes tudo o que se passou e disse sobre isto e que, e isso pode ser interessante para muitos, não faz parte da esfera política do partido socialista e foi escolhido porque é um especialista em epidemiologia, um Homem com uma formação sólida no que diz respeito a matérias como aquela que deve ser a grande preocupação: a segurança das populações.
Por tudo isto... eu acredito que devemos olhar para esta questão de forma partidariamente desapaixonada.
E devemos sobretudo, como povo, como cidadãos, defender que antes de entregar o nosso precioso lixo para a solução final... devemos pensar em REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR para, só em desespero de causa, RESOLVER, produzindo afinal uma última mais valia: energia!

4 comentários:

Anónimo disse...

UM ABRAÇO.Parabens. Bom Blog. SLB Sempre!!!
MN

sattelite disse...

Para mim o melhor blog é...
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JL disse...

Boa. Gostei da forma clara e simples como pões o problema. E sou a favor da co-incineração desde que ela foi apresentada publicamente. Como sabes, nestas questões, sou apartidário. Venham de onde vierem nós precisamos de boas soluções. E este processo só não está implementado porque o teu candidato à PR foi um elemento factor de discórdia e "desestabilizador". Um abraço e boa semana.

Anónimo disse...

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