segunda-feira, janeiro 09, 2006

Viva o Anarco-liberalismo!!!


Mais cidadãos e menos estado?!

Fala-se hoje insistentemente em diminuir o papel do estado na sociedade, como se esse mesmo estado não fosse o cimento da sociedade.
Aquilo que nos distingue da grande parte dos animais deste desgraçado planeta, é exactamente esta capacidade que temos de construir ou destruir em comum com os nossos semelhantes.
Nos primórdios da Humanidade, gastou-se seguramente muita energia a tentar unir as tribos, a ideia de uma vida em grupo. Perderam-se com toda a certeza muitas cabeças brilhantes, turvadas pela ambição da auto-satisfação em detrimento da felicidade do clã, da família, da raça, ou da espécie Humana.
Há, sobre estes primeiros passos, um pequeno livro absolutamente delicioso que descreve de forma muito interessante este dilema entre o egoísmo humano e o altruismo (que provavelmente não passará também duma espécie de egoísmo – tipo egoísmo iluminado).
O livro chama-se “Porque comi o meu Pai” de LEWIS, Roy e é passado nos momentos históricos da descoberta do fogo.

Mais tarde, (muitos anos, muitos milénios, muitas guerras e muitas mortes mais tarde) - e o livro não chega aqui - descobriu-se a importância da lei e da máquina estatal para a fazer cumprir. Até porque a ideia de propriedade, profundamente enraizada nos nossos genes primitivos ameaçava consumir a espécie se não fosse devidamente enquadrada numa estrutura legal.
Odiado por muitos, o estado e a sua máquina administrativa cumpre um papel social absolutamente vital para a nossa vida na selva actual.
Não sei se é por ser do tipo pouco musculado, mas a sociedade tipo “lei do mais forte” desagrada-me enquanto cidadão.
Preocupa-me imaginar um futuro onde as coisas se tenham de resolver à estalada, ao murro, por via directa ou recorrendo a capangas bem pagos.
Se as coisas como estão têm uma deplorável tendência para funcionar mal, com os tribunais a arrastarem processos por tempos intermináveis, imaginem o que seria os assuntos resolverem-se como no “Far west”.

Agora imaginem que, sem leis, também não houvesse impostos a pagar...

Parece um paraíso... o sonho de qualquer cidadão inconformado com IRS’s, IVA’s, IA’s e IRC’s...

O problema seria quando precisassemos de fazer obra pública.
Teríamos longas e intermináveis discussões para discutir quem pagaria esta ou aquela estrada, esta ou aquela ponte.
Muito provavelmente acabaríamos à estalada e a obra far-se-ia a passar bem ao lado das casas de quem dominasse financeiramente o burgo.

É no meio destes sonhos poéticos, que surge uma nova vaga de anarquistas a que eu chamaria “Anarco-liberais”, com uma exigência absoluta: Menos estado!

Os Anarco-liberais começariam por abolir os pagamentos para a segurança social.
Quem não sabe poupar em novo, não merece uma vida decente em velho!
Quem adoece e não tem dinheiro é porque não soube prever o futuro!
Quem é despedido é porque não gosta de trabalhar!
E imensas pérolas deste tipo...

A sociedade perfeita para um Anarco-liberal é aquela onde o mais forte, ou mais esperto, consegue impor a sua lei.

Temos em Portugal o campo ideal para esta nova ideologia...
Um País em que muitos esperam do estado o empurrão ou o subsídio e em que esses mesmos se tornam exímios na arte de enganar o seu semelhante, fugindo ao fisco, recebendo indevidamente verbas que deviam ser para quem delas mais precisa, faltando ao emprego por doenças inexistentes, extorquindo dinheiro aos seus funcionários, guardando para si os descontos legais... não pagando salários a quem trabalha, etc. Etc.

Acreditem... quando lerem o livro que recomendo, perceberão que nós também comemos o Pai...

11 comentários:

JL disse...

Já li o texto umas duas ou três vezes... Queria contrariar aqui alguma ideia, mas não está fácil... Está bem escrito e bem argumentado. E eu até concordo com o que diz o Eduardo.
Apesar disso acho que, nalguns sectores vitais da economia, devemos ter menos estado e, por conseguinte, melhores serviços e maior eficiência. A nossa experiência portuga não me dá, no entanto, razão. Cito, a exemplo, o sector das telecomunicações onde os serviços parecem ir de mal a pior em todas as operadoras e onde lema parece ser: quem consegue ser mais vígaro!

nunofigueiredo disse...

Li e resolvi procurar o livro. Havemos de voltar a falar.
No entanto, quanto á intervenção do estado, ao ler o comentário do amigo JL deparo com esta preciosidade “Apesar disso acho que, nalguns sectores vitais da economia, devemos ter menos estado e, por conseguinte, melhores serviços e maior eficiência.”

Pois o problema é esse mesmo.No estado também é possivel haver melhores serviços e maior eficiência.

Porque é que não pode ser assim?

Desde que me preocupo com estas coisas que não percebi porque é que o estado não é para dar lucro!
È sim senhor para dar lucro, de forma que seja aplicado em beneficio de todos nós.

Su disse...

belo texto , bem escrito, coerente
gostei de ler
jocas maradas

Helder Ferreira disse...

"o somatório dos diversos sucessos individuais resultem no bem comum"

O meu amigo vata que também é mico fez o perfeito manifesto Liberal :-)
Havemos de falar melhor sobre isto caro Eduardo. Esses de que falas seriam (com desconto, porque nem eles) ancaps.

Eduardo Leal disse...

Estou com o Amigo Nuno Figueiredo.
Também entendo que nalguns sectores o estado pode e deve dar lucro.
Por exemplo na área das telecomunicações, a antiga e estatal PT dava lucros QB para tapar eventuais buracos orçamentais.
O problema é que muitos gestores brilhantes na privada se tornam "brilhantemente" medíocres na pública.
O estado não tem mão pesada para quem delapida o património de todos nós.
Não consigo perceber que uma gestão danosa de um bem público não implique qualquer espécie de punição para quem a pratica.

Anónimo disse...

fizeste bem em passar lá pelo meu blog quanto mais nao seja para te dares a conhecer, aqui fala-se a sério coisa a que nao estou habituado mas eu vou fazer um esforço para nao levar logo as coisas para o javardanço sempre que por aqui passar... ora entao um grande bem haja

nunofigueiredo disse...

Boas!

PECULATO!

Acho que é este o crime!

Acabei de chegar de um jantar de apoio a um dos candidatos á presidência da república.
A que conclusão é que chegue!?
Pois, portanto! Ora bem gastei 10 euros no jantar mais 20 euros no material de propaganda, portanto gastei 30 euros.

Gostei do discurso, alertava para o perigo da direita, do sonho quase concretizado dessa direita de ter um presidente. Dos perigos que isso representa. Do facto da candidatura de direita solicitar os votos dos mais favorecidos, para depois agir a favor dos grandes grupos que o financiam. (embora não concorde totalmente).

Se duvidas haveriam, foram hoje dissipadas.
1º Numa 2ª. Volta eleitoral votarei Manuel Alegre;
2º.não posso faltar dia 22 para votar Jerónimo de Sousa para exigir uma segunda volta!

abraço.

Eduardo Leal disse...

Insolente: Cá o esperamos, mesmo que para agitar as águas sisudas dos temas abordados.
Também gosto de insolências e indignações. Servem para nos tirar do marasmo. Mas é sempre importante saber para onde vamos.

Helder: Não percebi lá muito bem o "ancaps".
Devo estar ou lerdo ou des-sintonizado.

Nuno Figueiredo:
Aprecio a sua opção. Não é a minha, mas acredito que o resultado final faz algum sentido.
Se tiver que vir a optar entre Cavaco e outro que não Manuel Alegre, só me custará votar em Soares... mas enfim...

Sulista:
Obrigado pela visita e pelo estímulo.

Helder Ferreira disse...

"ancaps" = anarco-capitalistas. Mas mesmo estes (ver Murray N Rothbard), não chegam ao ponto que descreves e é polemico se são ou não liberais, mesmo dentro do "movimento" liberal. Ha quem os considere mais proximos do darwinismo-social de Herbert Spencer, por exemplo. Que não tem nada que ver com o Liberalismo.
abraço
helder

Anónimo disse...

Foderam o ouro do Salazar
Desbarataram os fundos da CEE
Entregaram aos privados empresas e "serviços" que davam lucro.
DElapidaram o património público...
e quando já não havia aparentemente mais nada para foder, foderam-nos a nós!
POr favor votem; inscrevam-se em partidos, sindicatos; vão à bola, comprem bandeiras...
Façam isso tudo, eles precisam de nós. Há uma Pátria, uma Nação a destruir. Força contamos contigo.
Bem-hajam...irmãos.

Parolo

Anónimo disse...

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