sexta-feira, setembro 29, 2006

Como a cadela e a gata?



O bizarro pode acontecer em qualquer momento.

O mais provável é que, ao acontecer deixe de ser bizarro. O mais provável é que certas coisas só não aconteçam mais vezes porque nós não estamos preparados para as ver.

Somos tantas vezes os gatos ou os cães de uma história qualquer apenas porque decoramos os guiões e temos um medo primitivo do improviso.

Como se a vida fosse para ser vivida em rigorosa obediência ao plano original...

Desculpem lá os puristas, os deterministas, os defensores de uma qualquer ordem divina, os sacerdotes de religiões mais ou menos universais...

A minha gata olha para a minha cadela com os olhos ternurentos de uma filha reconhecida... e a cadela trata-a como se fosse de facto a sua pequena cachorra.

Ainda bem que não sabem falar... porque se não, em nome dos cânones e da obediência ao status quo já se teriam zangado ad eternum.

Até pode ser que sejam assim... tão improváveis... porque lhes falte um qualquer programa de primitiva necessidade de afirmação... pode ser...

segunda-feira, setembro 18, 2006

...Porque é deles o Reino dos Céus...


Quando falo dos profetas dos outros, dos seus deuses, da sua fé... faço-o com o respeito que entendo que as diferenças devem merecer para toda a Humanidade.

Porque não há apenas uma perspectiva. Porque a vista que temos de cada realidade o é tendo em linha de conta o nosso ponto de Observação.

Sobre o Islão, reconheço que sei muito pouco, para além de algumas trivialidades.
Admiro a devoção que têm pelo nosso Jesus Cristo e por sua Mãe, Maria, que afirmam ter concebido sem pecado.

São ciosos das suas convicções, podem até ser um pouco rudes na forma como olham os "infiéis"... mas... nos que conheci nunca vi qualquer intenção de esmagar as minhas convicções.

Os tempos são, por todo o mundo, de fundamentalismos exacerbados.
E por isso, em nome de Deus, fazem-se barbaridades.
Mata-se, violenta-se.

E, quando o mundo mais precisava de Homens de Visão, capazes de espalhar uma mensagem de esperança, de sã convivência, o mais alto dignatário de uma das mais ricas e poderosas religiões do mundo, risca um fósforo no paiol da intolerância e tira o tapete a todos os islâmicos que fazem fé na Boa Vontade dos Homens.

A imagem deste post, é a Imagem de Maomé, mas não podemos nunca esquecer que cada Homem que viveu neste mundo se escreve de mil formas.

Cristo, que deu o seu sangue para salvar a Humanidade... também tem outros rostos.
Em seu nome, outros ratzingers queimaram inocentes, destruiram culturas, bibliotecas e civilizações.

Que um Deus qualquer, nosso ou não, nos livre destes arautos da desgraça!

E... sobretudo... que torne mais estreito o buraco da agulha. Para que este camelo que escolheu chamar-se Bento XVI, mesmo sendo pobre de espírito, fique à Porta do reino dos Céus e desça depois às profundezas do Inferno!

terça-feira, setembro 12, 2006

Começar de novo - Este é um texto para não ler...


Este fio de Norte, sou forçado a reconhecer, anda com muito pouca guita... anda pouco encerado...
Às vezes pergunto-me por que razão isso acontece. Porque é que tenho estes momentos pendulares em que nem me apetece criticar nem elogiar.

São provavelmente momentos depressivos que, felizmente, apenas chegam á minha capacidade criativa na área dos blogs.

Aliás, quando vivo momentos mais nauseantes noutras áreas, normalmente dá-me para descarregar a verbe aqui por esta esfera virtual...

Se calhar, se tivessemos ganho o Mundial tinha andado mais entusiástico... mais uns tempos.
Se calhar... se as férias tivessem sido mais longas... se a crise estivesse num momento de hesitação...
...pode ser...
Mas o que eu acho é que o culpado desta angústia existencial traduzida em bites da internet é mesmo o Senhor Bush!
Só pode!
O Homem anda a destruir paulatinamente a nossa ocidentalidade (para não falar da orientalidade de alguns) e a gente a ver...
E, claro está, que isso me deprime. Deixa-me sem forças para criticar como gosto porque o animal é grande de mais para a minha pequena funda...
E por isso afundo-me dia após dia no sofá da sala, a olhar triste para a primeira página do blog, a pensar: Não gosto nada do aspecto disto... assim parado!
Portanto... para voltar a ter esperança... e fazer de contraponto à fotografia do "homo violentus" optei por procurar uma foto que me devolvesse a fé na nossa espécie.
É que apetece mesmo começar de novo!