Há temas que, invariavelmente, levam a uma grande crispação.
De todos, aquele que me parece mais frequente na criação desse estado de espírito, aqui traduzido em estado de letras, é a política.
Mais do que o tema religioso, o tema da homossexualidade e do casamento entre “gays”, do tema do aborto, do tema dos cartoons e da terrível guerra dos mundos, cada vez que se abordam temas relacionados com a diferença entre esquerda e direita, os ânimos aquecem, surgem comentários anónimos e troca de piadas.
Ao visitar outros blogs, apercebo-me que a crispação acontece por outros lados, às vezes com diálogos irritados entre conterrâneos ou entre desconhecidos.
Muitas vezes os autores e os comentadores irritam-se (eu incluído).
Eu acredito que isso se deve a 48 anos de amordaçamento.
48 anos em que falar poderia ser um crime grave, punido com prisão, degredo ou exílio, às vezes com a morte.
48 anos em que era possível eliminar fisicamente adversários políticos.
48 anos em que não se votava regularmente e que, quando isso acontecia, votavam também os mortos, porque esses votavam sempre no poder. (o meu Pai, que era Professor Primário numa aldeia do interior, preencheu muitos boletins a mando do cacique local).
48 anos em que o estado era invadido pelos piores tentáculos da igreja.
48 anos em que os melhores da igreja eram ostracizados ou perseguidos.
48 anos em que o povo era metodicamente embrutecido para alegremente ser obediente.
48 anos em que se acreditava no pior do nosso hino e se gritava “Às Armas... às Armas” em vez de proclamar este “Nobre Povo, Nação Valente e Imortal”.
48 anos em que se afirmou o ideal da Raça num País que se poderia ter visto como multi-racial.
E depois aconteceu Abril!
E vivemos anos de loucura. Anos de deslumbramento. De excessos. De Paixões. De Esperança... e desesperanças.
Hoje, 32 anos após a nossa revolução de cravos na ponta das espingardas, valeria a pena sarar algumas feridas e, de forma mais madura, com a força dos Amores crescidos, reflectir sobre as nossas grandes conquistas.
Temos muita coisa menos boa, fruto da nossa revolução apaixonada, mas também, da nossa herança pesada.
Mas temos um grande património. Podemos pensar livremente e falar ou gritar o que nos vai na Alma.
Como diria o Poeta Cantor Sérgio Godinho numa das suas canções “A Democracia é o pior de todos os sistemas... à excepção de todos os outros”.
Viva a esquerda e a direita, porque são ambas parte da nossa condição Humana.
Possamos nós escolher sempre o lado em que queremos estar!
De todos, aquele que me parece mais frequente na criação desse estado de espírito, aqui traduzido em estado de letras, é a política.
Mais do que o tema religioso, o tema da homossexualidade e do casamento entre “gays”, do tema do aborto, do tema dos cartoons e da terrível guerra dos mundos, cada vez que se abordam temas relacionados com a diferença entre esquerda e direita, os ânimos aquecem, surgem comentários anónimos e troca de piadas.
Ao visitar outros blogs, apercebo-me que a crispação acontece por outros lados, às vezes com diálogos irritados entre conterrâneos ou entre desconhecidos.
Muitas vezes os autores e os comentadores irritam-se (eu incluído).
Eu acredito que isso se deve a 48 anos de amordaçamento.
48 anos em que falar poderia ser um crime grave, punido com prisão, degredo ou exílio, às vezes com a morte.
48 anos em que era possível eliminar fisicamente adversários políticos.
48 anos em que não se votava regularmente e que, quando isso acontecia, votavam também os mortos, porque esses votavam sempre no poder. (o meu Pai, que era Professor Primário numa aldeia do interior, preencheu muitos boletins a mando do cacique local).
48 anos em que o estado era invadido pelos piores tentáculos da igreja.
48 anos em que os melhores da igreja eram ostracizados ou perseguidos.
48 anos em que o povo era metodicamente embrutecido para alegremente ser obediente.
48 anos em que se acreditava no pior do nosso hino e se gritava “Às Armas... às Armas” em vez de proclamar este “Nobre Povo, Nação Valente e Imortal”.
48 anos em que se afirmou o ideal da Raça num País que se poderia ter visto como multi-racial.
E depois aconteceu Abril!
E vivemos anos de loucura. Anos de deslumbramento. De excessos. De Paixões. De Esperança... e desesperanças.
Hoje, 32 anos após a nossa revolução de cravos na ponta das espingardas, valeria a pena sarar algumas feridas e, de forma mais madura, com a força dos Amores crescidos, reflectir sobre as nossas grandes conquistas.
Temos muita coisa menos boa, fruto da nossa revolução apaixonada, mas também, da nossa herança pesada.
Mas temos um grande património. Podemos pensar livremente e falar ou gritar o que nos vai na Alma.
Como diria o Poeta Cantor Sérgio Godinho numa das suas canções “A Democracia é o pior de todos os sistemas... à excepção de todos os outros”.
Viva a esquerda e a direita, porque são ambas parte da nossa condição Humana.
Possamos nós escolher sempre o lado em que queremos estar!